Eis como o verão
chega de súbito,
com seus potros fulvos,
seus dentes miúdos,
seus múltiplos, longos
corredores de cal,
as paredes nuas,
a luz de metal,
seu dardo mais puro
cravado na terra,
cobras que despertam
no silêncio duro –
eis como o verão
entra no poema.
chega de súbito,
com seus potros fulvos,
seus dentes miúdos,
seus múltiplos, longos
corredores de cal,
as paredes nuas,
a luz de metal,
seu dardo mais puro
cravado na terra,
cobras que despertam
no silêncio duro –
eis como o verão
entra no poema.
~
Eugénio de Andrade
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