Eu sou carvão!
E tu arrancas-me
brutalmente do chão
e fazes-me tua mina,
patrão.
Eu sou carvão!
E tu acendes-me, patrão,
para te servir eternamente
como força motriz
mas eternamente não,
patrão.
Eu sou carvão
e tenho que arder sim;
queimar tudo com a força
da minha combustão.
Eu sou carvão;
tenho que arder na
exploração
arder até às cinzas da
maldição
arder vivo como alcatrão,
meu irmão,
até não ser mais a tua
mina, patrão.
Eu sou carvão.
Tenho que arder
Queimar tudo com o fogo da
minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu carvão,
patrão.
~
José Craveirinha
( autor Moçambicano)
( autor Moçambicano)