31/12/2013
24/12/2013
23/12/2013
-O Masih não gosta de ler a Bíblia, mas os pais obrigam-no. Gostam de o ver à luz de um candeeiro ou de uma vela, a mexer os lábios, concentrado na leitura dos textos sagrados. Mas ele substituiu o miolo da Bíblia pelo do Alice no País das Maravilhas, para fingir que lia o livro certo. Acho que foi uma excelente ideia. Para ele a toca de um coelho é um espaço sagrado.
~
Para onde vão os guarda-chuvas
Afonso Cruz
22/12/2013
21/12/2013
01/12/2013
‘You’re a rotten driver,’ I protested. ‘Either you ought to
be more careful, or you oughtn’t to drive at all.’
‘I am careful.’
‘No, you’re not.’
‘Well, other people are,’ she said lightly.
‘What’s that got to do with it?’
‘They’ll keep out of my way,’ she insisted. ‘It takes two to
make an accident.’
‘Suppose you met somebody just as careless as yourself.’
‘I hope I never will,’ she answered. ‘I hate careless
people. That’s why I like you.’
~
The Great Gatsby
F. Scott Fitzgerald
09/11/2013
22/09/2013
15/09/2013
14/09/2013
10/09/2013
Dezasseis anos, talvez.
Vejo-a, no café, cada manhã,
A folhear, atenta, um compêndio de inglês,
Com um perfume a Escola e a maçã.
Não me canso de a olhar. Às vezes, olha
(Um velho!), num desvio de atenção,
E logo volta a folha,
Enquanto molha
O bolo no «galão».
Eu saio, com pesar, bebida a «bica».
Ela é a minha manhã,
Tão natural, tão clara… que ali fica.
– Que saudades da Escola! Que fome de maçã!
~
António Manuel Couto Viana
03/09/2013
o joio.
Percorrer
Percorrer
em voo raso os campos
sem pousar
os pés no chão.
Abrir
Abrir
um fruto e sentir
no ar o cheiro
a alfazema.
Pequenas coisas,
Pequenas coisas,
dirás, que nada
significam perante
esta outra, maior: dizer
o indizível.
Ou esta:
Ou esta:
entrar sem bússola
na floresta e não perder
o rumo.
Ou essa outra, maior
Ou essa outra, maior
que todas e cujo
nome por precaução
omites.
Que é preciso,
Que é preciso,
às vezes,
não acordar o silêncio.
~
Albano Martins
Pequenas coisas
25/05/2013
26/03/2013
Vejo-te ainda, Mãe, de olhar parado,
Da pedra e da tristeza, no teu canto,
Comigo ao colo, morto e nu, gelado,
Embrulhado nas dobras do teu manto.
Sobre o golpe sem fundo do meu lado
Ia caindo o rio do teu pranto;
E o meu corpo pasmava, amortalhado,
De um rio amargo que adoçava tanto.
Depois, a noite de uma outra vida
Veio descendo lenta, apetecida
Pela terra-polar de que me fiz;
Mas o teu pranto, pela noite além,
Seiva do mundo, ia caindo, Mãe,
Na sepultura fria da raiz.
~
Pietá
Miguel Torga
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