30/12/2012

De facto, é melhor assim!
Vou ler os tratados dos "enguiços e quebrantos"  ;-)

24/12/2012




Natal, e não Dezembro

Entremos, apressados, friorentos, 
numa gruta, no bojo de um navio, 
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido... 
Entremos, inseguros, mas entremos. 
Entremos e depressa, em qualquer sítio, 
porque esta noite chama-se Dezembro, 
porque sofremos, porque temos frio. 

Entremos, dois a dois: somos duzentos, 
duzentos mil, doze milhões de nada. 
Procuremos o rastro de uma casa, 
a cave, a gruta, o sulco de uma nave... 
Entremos, despojados, mas entremos. 
De mãos dadas talvez o fogo nasça, 
talvez seja Natal e não Dezembro, 
talvez universal a consoada

David Mourão Ferreira 

23/12/2012

 Os Três Reis Magos

22/12/2012

Santa´s Sleigh Slides on Slick Snow!
*para dizer sem parar


O homem traz no subconsciente a história da longa caminhada que fez. Por isso o fogo, que foi a sua grande invenção e o alumiou na tenebrosidade das cavernas, é para ele de essência divina. É porém um deus, cujo culto foi postergado por outro culto, mais espiritual ou de símbolo mais amplo, que todavia persiste no fundo da psique humana bem lembrada.
~
Aquilino Ribeiro

17/12/2012


Está um dia fosco de neblina incerta e tristeza. 
Para lá as árvores despidas não bolem. A vida parou. As nuvens andam a esta hora a rastro pelas encostas pedregosas dos montes. Não se ouve um grito. Tudo na natureza se concentra e sonha. Há entanto um grande rio envolto que nunca cessa de correr (....)
~
Raúl Brandão
O Natal dos pobres

Se retirasse de mim o que recebi dos outros pouco ou nada me restaria
~
Almada Negreiros

09/12/2012


A word is dead

When it is said,

Some say. 

I say it just

Begins to live

That day.
~

Emily Dickinson

02/12/2012





Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.
~
Descalça vai para a fonte
Luís de Camões